quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Sincronia

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Nossos corpos 

Dançam 

No mesmo ritmo

Pulsam

Macios e suaves

E tremem

As almas gemem

Gritam

Escorrem


Prazer


E repetem

E tudo termina

Com a simultaneidade dos corpos

Reagindo ao êxtase que é

Nos sermos


E repetem...

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Roller Coaster

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Medo: essa é uma palavra que assola a cabeça e a vida de muita gente. Todos temos obviamente eu também, não nego.
Desde pequena eu aprendi a enfrentar esse monstro de sete cabeças (que nem é tudo isso).
Seja ao deixar a bicicleta de rodinhas, seja a dormir no escuro, seja naquele barco viking - que dá um frio na barriga, seja no meu primeiro toboágua que eu tremi o corpo todo antes de descer mas fui.
E não tenho vergonha de dizer que mesmo com medo eu fui e eu estou indo e nunca vou negar de enfrentar todos os desafios que me rondam. Eu sei que muitos virão, o medo acompanha, mas eu simplesmente vôo nessa onda que me leva pras dificuldades e aos poucos vou desmanchando os nós dos caminhos.
Eu costumo julgar bastante quem se deixa dominar pelo senhor medo. Sei que isso não é bonito ou digno de orgulho, mas me deixa perplexa o fato dos humanos perderem tanto por causa de algo tão pequeno que vem de dentro deles mesmos.
A vida foi feita pra ser desbravada e os caminhos para serem escolhidos a dedo, o medo é bônus, é adrenalina, ele sempre vai existir
A vida é uma montanha russa meus caros, se joguem nessa sensação de descoberta de penhascos e curvas e subidas e descidas e aproveitem a vida de vocês com os altos e baixos, sorrisos e choros, SE sejam, não mintam pra sí mesmos.
O meu conselho de hoje é: apenas vá, com medo ou sem medo, mas vá.
E voe e dance no ritmo de se ser, sorrindo para o perigo, se sujando nas lamas e flutuando nos seus próprios penhascos! 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Quebra cabeças (Ode to Hecate)

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Era um salão imenso com um pé direito que fazia jus a sua imensidão. 
As cores eram frias e um tanto sem vida. 
Haviam muitas pessoas, mas ela não conseguia ver nada senão a sí mesma e um homem que ria como um psicopata maluco. 
O rosto do homem parecia derreter a cada tom que sua risada aumentava, e assim ia e vinha derretendo e desderretendo.
De repente o riso do louco de fez tão alto que ela explodiu em pedaços de sí mesma, aquela risada era muito perturbadora, mas apesar de tudo ela ficou feliz em ser despedaçada mais uma vez, e o pedaço do seu rosto sorria docemente. 
Ela se descobria de novo a cada vez que explodia e isso era um tanto mágico dentro do seu mundo.


Enquanto suas peças estavam espalhadas no chão um homem vinha na sua direção e ela continuava a sorrir porque gostava de se desconstruir de tempos em tempos para que um artista a montasse ainda mais bela.



áudio:  http://vocaroo.com/i/s1jKb9Af7cSB

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Dando corda

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Queria ser uma bailarina de caixinha de música

E ficar dormindo durante alguns dias

Até alguém me levantar pra dançar

E depois me fechar de novo

Chuá!

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Hoje chove
Não triste
Como outrora te disse
É uma chuva de correr e sentir as gotas geladas sorrindo
De pular e cantar singing in the rain
Mesmo que pareça idiota
Mesmo que liguem
Não ligo
Danço
Corro
Sorrio
Chovo
Sinto
Gosto
Do gosto de sentir
Sorrir
Correr
Me chover
Me chovo
E sorvo
Do prazer
Da chuva
Que cai
E mesmo no cinza
Consigo ver a beleza do dia
Que logo se vai
Enquanto o sol se esconde por entre as nuvens
E me sorri de canto
Enquanto a chuva cai
E vem
E vai
As serelepes gotas
Caem
E vem
E vão
Nunca
Em vão
Pois sei que as cores virão
Logo em seguida
Das gotas que me cobrem
Ousadas
Discretas
Geladas
Sem cores
Menores
Do que meu colorir
Que me faz rir
Mesmo em meio ao cinza
Que te cobre
E logo se vai
Pois há um tanto que cores
Que em ti caem
E te sorriem
Enquanto as gotas
Caem
Em
Nós 
Que se desfazem em cores
Que cobrem
Nós
Dois
E sorvem
O cinza que outrem
Depositou
E cores
Explodem
E chovem
E molham
Te olham
Sorriem
Só riem
Em nós
Sós


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Vertente

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Que eu seja como a água
Corrente
Que dança por entre os caminhos e percorre distancias enormes suavemente
Que eu seja como a água
Fluída
E calmamente percorra meus caminhos
Que eu seja como a água
Incontrolável
Para atingir o seu destino final
Que eu seja como a água
Que se expande e ocupa o espaço que deseja
Que eu seja como a água
E escorra
Por entre eu
E você
E nós
Que eu seja como a água
Espelhando
A nascente do meu próprio ser
A verter
Sempre a te ver
E jamais temer
Apenas
Tremer
Nascer
Viver
Ver

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Digerindo SE

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Ela estava sentada naquela escada olhando o rosado que restava do pôr-do-sol que ela queria ver 43 vezes hoje
As pessoas passavam, sirenes, bicicletas, cachorros, gargalhadas e ela continuava imóvel olhando pro além numa dimensão paralela àquela realidade
Parecia flutuar junto com as ondas do lago, que faziam um barulho suave, o mesmo tempo em que a brisa brincava suavemente com seu cabelo fazendo movimentos de vai e vem
Toda uma vida passava pela sua cabeça, situações se empilhavam junto com sentimentos e a única coisa que podia alentar era aquela vista com o ar puro
Quando o último raio de sol deixou o céu, ela também deixou aquele degrau e saiu caminhando olhando para o horizonte, como se estivesse sozinha em meio a tanta gente (e sim, ela estava). A brisa continuava acariciando seu rosto suavemente e brincando com os fios de cabelo que estavam soltos.
Decidiu mais tarde continuar a saga num ambiente noturno, e apenas caminhou, desbravando novas estradas, que davam no mesmo final, mas não eram repetitivas e sem graça como o mesmo caminho de sempre. Caminhava, observava, respirava e a brisa a aliviava
Na cabeça um mundo da sua própria vida
Na sua própria vida um novelo de lã, que ela tinha que desamarrar e pensava em cada nó cautelosamente
Não sabia necessariamente como desatar, mas sabia que o faria
Mas agora só precisava sentir o vento soprando nos seus ouvidos os segredos da noite
Precisava ouvir mais sobre o segredo de voar livremente e levar consigo muitas histórias
Ela já voava há um tempo, mas sempre se pode descobrir mais sobre o segredo do vôo, afinal ele é eterno e incansável
E agora ela só precisava mergulhar nessa zona abissal de humanos dentro do seu próprio universo, nadando, voando e sentindo
A brisa do vento
Ao relento

Lento

sábado, 1 de agosto de 2015

X-preita!

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Observo
E sinto
A essência que te envolve
Gosto
Sorrio
Te vejo de dentro pra fora
Te fazes o que não és
Como uma proteção
Forte
Não impenetrável
Improvável
Não impossível
Passível
De paz
E zela
Pelo teu passo
Que dizes ser suave
Mas vejo pesaroso
Quanto remorso
Ainda assim admiro
Te miro
Por tentar acompanhar o vôo
Logo te vejo acima
Voando e flutuando
Como dizes ser
Mas não o és
Logo te vejo leve
Como dizes ser
Mas diferente do que tentas ser
Pois és maior que esse chão que insistes em pisar
E logo quebrará
Levando-te a bailar
E voar
Com o ar
Nesse mar
Que insistes em remar,
Ainda que sem ar.
No ar
Estarei a te esperar
E teu vôo
Hey de guiar
Quando desistires de apenas caminhar
E concretizares teu sonhar
Com os pés entregues
Ao ar
Pelo caminho do mar
A vagar
Sem parar
Amar
Há mar
Há ar
Há!


Gosto!

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Gosto do que não é raso
Gosto do que me faz explorar zonas abissais
O simples nunca me atraiu
O “normal” é muito sem graça
Gosto do sal do mar
Do gelado da cachoeira
De não dar pé
Todas as minhas escolhas se baseiam no que é mais difícil
Nem sempre conscientemente,
Mas gosto de desafios
Gosto de nadar sem chão e chegar no outro lado do rio
Com meus próprios pés
Gosto de pisar onde não vejo
Onde não sei
Pois assim saberei
E vou desbravando os mares mais profundos
De dentro da minha barca
Vôo quando quero
Pouso quando preciso
Coloco o pé no chão?
Só por um breve momento
Porque a segurança nunca me é totalmente segura
Pois SEGURA
E só quero voar
Nadar
E imergir no que me tromba
Ou no que EU trombo
Pouco importa
Contanto que não dê pé
Exploda
Morra
Viva
Reviva
Sinta
Pulse
E morra de novo
Porque toda morte é um começo
E todo começo também uma morte

Sorte!